Recebi uma proposta da direção da MAFRA.TV para avançarmos com um formato de entrevistas a políticos no contexto das eleições autárquicas, mas havia duas condições: alguém que as quisesse fazer e alguém que fosse imparcial quando as fizesse. Desde logo aceitei. Sou um homem de desafios e se tinha de ser então vamos nessa.
Começámos a preparar tudo em maio, neste caso os convites. Começámos por Torres Vedras, sendo o único concelho da Região Oeste com os candidatos à Câmara Municipal já fechados. Todos tinham de ser convidados, essa teria de ser a nossa única certeza enquanto órgão de comunicação social, para que todos fossem ouvidos da mesma forma pelo público. Posso confessar-vos que o processo foi difícil e moroso.
Chegar às pessoas que estavam como cabeças de lista de cada partido foi um quebra-cabeças, porque nem todos tinham contactos tão fáceis. E as agendas? Não têm noção. Era a nossa equipa a querer fazer 2/3 entrevistas por dia para poupar recursos de viagens e os candidatos a não facilitarem porque, como devem calcular, para além de estarem em campanha autárquica tinham outros trabalhos, os seus do dia a dia, evidentemente. E conseguimos.
Quando acabámos Torres Vedras, queríamos mais para que chegássemos a um maior número de públicos possível. Fizemos Sintra, Cadaval e Mafra. E gostávamos muito de ter feito a Lourinhã, mas por incompatibilidade de horários com os candidatos não nos foi possível. E no fim correu tudo muito bem, com uma média de 3 mil visualizações por entrevista. Sentimos que o nosso dever estava cumprido e que demos o nosso melhor da forma mais profissional possível.
Claro que houve quem recusou, claro que houve contratempos, claro que houve stresse, claro que houve discussões e desentendimentos, há sempre. São os bastidores da televisão no seu estado puro. No entanto houve também muita alegria e muita união num grupo de profissionais fantásticos.
Eu tenho um part-time de manhã noutro sítio e preciso de me levantar às 5h da manhã para sair às 11h, conseguir almoçar e estar, durante a tarde, nos estúdios da MAFRA.TV. E este foi o ritmo que aconteceu durante a gravação das entrevistas, onde estava apenas com 4 horas de sono e tinha de gravar 3 conversas numa tarde com 3 roupas diferentes e chegar a casa cansadíssimo, adormecer e no dia a seguir ser tudo igual. Sabem que mais? Que bom que foi! Sinto que aprendi tanto com tanta gente. E esse ritmo intensivo de trabalho só me fez ver a mim que quero muito lutar por isto com todas as forças que tenho porque é ali, numa cadeira, frente a frente com pessoas, olhos nos olhos, que me sinto bem.
Sinto que ao início não me tinha caído a ficha sobre o peso da responsabilidade que estava a gerir a cada conversa, porque ali, diante de mim, tive 23 pessoas a representarem um partido político. Não é uma brincadeira de miúdos. E no fim senti, e ainda sinto, que falei com seres humanos, cada um ao seu molde, mas todos com histórias de vida intensas.
E só vos quero dizer que não importa o quão reconhecidos serão, façam sempre o que tiverem a fazer como uma conquista vossa. Esta está feita. O ciclo fechou. Venha a próxima!
Gostei. Força meu caro
GostarGostar