Sem tempo para nada!

Há uns dias quis ver um filme inspirador, daqueles que nos dão um banho de esperança e uma mensagem de força no final. Pode parecer cliché, eu sei, mas há momentos para tudo. Naquele dia apetecia-me ir por este caminho. Escolhi, por acaso, apesar de acreditar que tudo tem um sentido, o filme “Sem Tempo”, protagonizado pelo Justin Timberlake e pela Amanda Seyfried. Ia com medo, confesso. Pela história, pelos protagonistas, pelo género… tudo. Mas fui surpreendido pelas mesmas razões.

Não vou fazer qualquer crítica à história nem à prestação dos atores, no entanto naquele denso enredo (onde as personagens nasciam com um relógio digital incorporado de 25 anos e que todos morriam ao fim desse tempo, a menos que fossem ricos, ou seja, a moeda era o tempo, trabalhava-se para ganhar horas de vida, mas gastava-se para pagar as contas e comer) havia qualquer coisa que me fazia pensar na maneira como tudo se desenrola à minha volta, desde as pequenas atitudes aos grandes atos.

Vivemos num mundo onde tudo é contabilizado e onde falhar com essa promessa temporal é a nossa morte enquanto seres humanos. No trabalho há prazos para se entregar projetos, na nossa vida em família há horas para almoçar e jantar, no nosso grupo de amigos há horas pontuais para serem cumpridas… todos vivemos neste stress diário da contabilização de minutos e segundos para chegarmos não sei onde e atingirmos não sei o quê. Muitos não sabem. Outros estão muitos convictos do que querem. Depois, tivemos uma pandemia que nos obrigou a parar 2 meses fechados em casa. “E agora? O que fazemos?”

Não estávamos prontos para aquilo. Para parar. Para pensar. Para refletir. Vivemos em contante rutura connosco e com o mundo. Hoje, onde é que estamos? Quem temos ao nosso lado? Está tudo a valer a pena? A sensação que tenho é que a maioria está a gastar anos de vida no que realmente não importa e no que realmente não nos faz crescer enquanto pessoas e profissionais.

A vida é tão curta para estarmos num trabalho que não gostamos, para lidarmos com pessoas que são tóxicas, para nos focarmos em assuntos que não nos alimentam positivamente… Os outros são os outros. Nós somos nós. De corpo inteiro. Não temos medo, mudamos, agimos, aproveitamos, ajudamos… amanhã nada disto pode não ser igual. Por isso, vamos olhar para o hoje, para o que temos e quais são, sem dúvida alguma, os nossos objetivos claros. É aí que está a nossa razão de viver e, mais do que isso, a nossa missão de vida perante os outros. Deitem-se e, antes de adormecerem, pensem, todas as noites, no que têm e no que ainda têm para fazer. Não se deixem levar pela morte do… “Mais um dia sem tempo para nada…”.

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