“A ideia do suicídio é geralmente parar a dor e não pôr fim à vida!”
É setembro e fala-se de reinícios, ou como se diz popularmente… a rentrée. É a altura do regresso ao trabalho depois de uns dias de férias, do regresso às aulas, de vários novos projetos, de recomeços inesperados, de mudanças…, no entanto, também, um momento de alerta para todos nós.
A morte é aquela finitude que marca o nosso adeus às pessoas que mais amamos, às nossas experiências, aos nossos amigos, aos nossos animais e a tudo aquilo que nos rodeia. Pode acontecer naturalmente para lá dos 90 anos, acontecer por causa de uma qualquer doença, acontecer mais cedo do que estava previsto ou, mais grave ainda, sermos nós mesmos a pôr esse fim à vida.
Não vamos ser hipócritas ao dizermos que nunca nos passou pela cabeça ideias radicais de conhecermos o fim da linha. Porque os nossos pais nos deram um raspanete e queremos desaparecer, porque os nossos colegas da escola não correspondem àquilo que queremos, porque sofremos de bullying e a nossa autoestima vai por água abaixo, enfim… há todo um conjunto de fatores que nos vai moldando a uma sociedade coesa e com pilares bem definidos daquilo que tem de ser o nosso modo de vida. Porém, tenho a certeza que nós, enquanto seres humanos em constante evolução, estamos muito mais flexíveis, por isso temos mesmo de estar atentos a todos os sinais, nossos e daqueles que gostamos. É nossa obrigação maior.
Neste mês foi lançada uma campanha internacional chamada “Setembro Amarelo” como forma de consciencialização sobre a prevenção do suicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde 9 em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas. Portanto, este projeto vem incentivar a nossa interação com as pessoas que estão ao nosso redor e, com isso, estimular o diálogo, criando conexões e experiências de vida. É importantíssimo que isto aconteça.
Num estudo feito pela Faculdade de Ciências de Lisboa 8 em cada 10 pessoas que se mataram verbalizaram a sua intenção previamente, por isso é importante perceber que as pessoas que ameaçam ou tentam o suicídio não estão a chamar a atenção, mas sim à procura de ajuda. É nossa missão ajudarmos quem se cruza connosco nestas condições e tentar encaminhá-la para profissionais de saúde que a orientem da melhor forma possível.
Não deixem que possam ser pisados por um qualquer indivíduo que vos quer ver no esgoto, não deixem que vos tratem mal, não deixem que vos batam só porque não estão a corresponder ao ideal de mulher perfeita ou homem perfeito, não deixem que vos insultem só porque estão a amar alguém de quem gostam imenso… Simplesmente, Não Deixem.
Vamos ser ainda mais unidos enquanto comunidade e evitar que mais pessoas se matem. É um trabalho de todos. Juntos!